sexta-feira, 12 de julho de 2013

SUBIDAS MÍTICAS DO PNA (PARTE II)

Tal como vos prometi aqui está a segunda de seis partes, das crónicas dedicadas às ascensões, mais emblemáticas do nosso Parque Natural e arredores. Bom esforço, não se cansem e desfrutem. Cuidado com o calor!...
Bebam muitos líquidos!


JIBÓIA


A par da sua "vizinha" Cobra é uma das subidas de maior renome da região, tal como esta, também se inicia na povoação da Baixa de Palmela, sendo que para quem vêm de Setúbal pela estrada de Palmela, é a primeira das três ruas à esquerda, e cada rua, cada subida (Jibóia, Lagartixa e Cobra)... Sendo a única antes da ponte da ribeira do Livramento.

Esta é uma subida em que se inicia a escalada no quadrante Este, acabando em Oeste, durante aproximadamente 1580 metros, desde a estrada de Palmela, até à estrada do antigo retransmissor da RTP.
Pode-se classificar esta subida como de dificuldade elevada, pois além de longa e sinuosa, é em certas partes muito inclinada.

A ascensão da Jibóia é feita em dois estágios, sendo o primeiro deles, a subida da cancela, que na maior parte dos dias se encontra fechada, obrigando os "alpinistas" a desmontar, e voltar a montar, dificultando posteriormente o arranque, pois neste local o declive já é muito acentuado, sendo que até à primeira curva a percentagem de inclinação ultrapassa claramente os 20%, isto tudo em apenas 230 metros.
Depois um merecido descanso às pernas após os últimos metros feitos no limite, o pedalar continua num patamar quase plano, se bem que também em ascensão, mas quase, não se dá por ela, e que serve como tónico durante, 420 metros para, o enfrentar da segunda e última parte deste gigante réptil.
Certamente que são estes quase 680 metros finais que dão o nome à subida, pois são muito inclinados... Longos (parece que nunca mais acabam) e serpenteiam-se até ao topo da serra de São Paulo junto à antena   do retransmissor.

Sem dúvida que tendo um "familiar" por perto, esta subida faz jus, ao nome que lhe puseram, pois é de uma dificuldade muitíssimo superior à vizinha, não pelo comprimento, mas pela inclinação, quase sempre superior a 20%, em mais de 80% da subida. Um excelente treino para todos os níveis de praticantes de BTT, sendo que para os principiantes a sua subida com êxito na totalidade, é motivo para um forte incentivo na continuidade da pratica deste desporto... Ou não!?...

 38°33'30.37"N

  8°53'52.88"O




FORTE DO CAVALO


Esta situa-se em Sesimbra, logo após o porto de abrigo, onde fica a entrada para o pontão grande e em frente ao viveiro, para ser mais preciso, inicia-se após o Clube Naval de Sesimbra.
Anteriormente, há já muitos anos era o caminho pedestre de acesso à praia do Ribeiro de Cavalo, porém com a construção do novo Molhe, tudo se alterou, abriram uma estrada para que os camiões da pedra, vindos da pedreira do Zambujal, pudessem ter um acesso mais rápido à enorme obra que se realizou nos anos oitenta.
A totalidade desta subida é de 2580 metros, desde o Clube Naval até à Pedreira do José Galo, no Zambujal, sendo a primeira parte, da subida composta por 1650 metros até ao local do Sentrão, de registar os ultra inclinados (muito mais de 20% de inclinação), 30 metros (registados na foto em cima) que se estendem desde as traseiras do Forte.

Forte de São Teodósio da Ponta do Cavalo

O Forte de São Teodósio da Ponta do Cavalo, também referido como Forte da Ponta do Cavalo ou Forte do Cavalo, ergue-se em posição dominante a oeste da baía de Sesimbra, no Distrito de Setúbal, em Portugal.

Integrou, no passado, a linha defensiva do trecho do litoral denominado hoje, em termos de turismo, como Costa Azul, e que, no século XVII, se estendia de Albarquel a Sesimbra, complementando a defesa da importante povoação marítima de Setúbal.

A ideia de uma fortificação neste local, para defesa do porto de Sesimbra, remonta à época da Restauração da independência portuguesa, proposta pelo padre Simão Falónio, que a imaginou em Taipa (Macau-China) em 1640.

Ela só se materializaria, entretanto, no âmbito da completa remodelação da estratégia defensiva do reino implementada sob o reinado de D. João IV (1640-1656), compreendida na defesa da barra de Setúbal. Assim, sob a invocação de São Teodósio, iniciada em 1648, foi inaugurada em 1652, com projecto atribuído ao engenheiro militar e arquitecto Sebastião Pereira de Frias, conforme inscrição epigráfica originalmente em uma lápide sobre o portão da torre-cisterna: "Reinando D. João IV em Portugal e mandando as armas o príncipe D. Theodósio, e as armas de Setúbal e seu partido Nunes da Cunha, se destinou esta fortaleza de São Theodósio, sendo capitão mor Francisco de Mattos Machado, vedores o juiz de fora Francisco Salgado de Moraes, Manoel Carvalho de Vargas, Manoel Farto do Olival, António Martins da Silva, Engenheiro Sebastião Pereira de Frias, Anno de 1652."

O príncipe D. Teodósio veio a falecer no ano seguinte, três anos antes do soberano.

Sofreu danos decorrentes do terramoto de 1755.

No século XIX encontrava-se guarnecida e artilhada à época da Guerra Peninsular, quando da primeira invasão francesa sob o comando do general Junot (1807-08). Abandonado pela guarnição em 1822, voltou a ser guarnecido posteriormente quando das Guerras Liberais.

Só em 1895 começaram as obras de instalação do actual farol, na chamada Bateria Alta, começando a operar no ano seguinte, sinalizando a entrada do porto de Sesimbra.

No último quartel do século XX, a pedido da Direcção-Geral de Faróis foram executadas obras de reconstrução e de adaptação pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN) (1976). Considerado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n°95/78, publicado em 12 de Setembro de 1978, foram-lhe procedidas novas obras de recuperação e beneficiação em 1981-1983, 1986 e 1991.

Actualmente afecto ao Ministério da Defesa Nacional (Marinha de Portugal), as suas dependências são utilizadas como residência do faroleiro.


Voltando às caracteristícas desta subida, que ainda está a meio, e a partir do Sentrão, pode-se sempre optar por várias conjecturas... Acabar aqui a ascensão rumando à Assenta, e posteriormente subindo até ao Castelo pelo asfalto, ou regressar à vila de Sesimbra, também existe uma outra hipótese por vezes utilizada pelos CicloBeatos, que deixo à vossa imaginação e espírito de pesquisa, ou para quem realmente gosta de desafios como nós, continuar a ascensão até à pedreira do Zé Galo, durante mais 920 metros, e enfrentando mais um pouco de inclinação na ordem dos 20%, tendo como obstáculos, o piso cheio de brita, e no verão, o pó levantado por algumas viaturas que por ali passam, além da constante exposição solar que nos acompanha desde o inicio no porto de abrigo, pois neste local não existem sombras.

Desde o Clube Naval de Sesimbra:

 38°26'6.37"N

  9° 6'55.02"O

   Desde o Sentrão:

 38°26'23.25"N

   9° 7'22.33"O




POSTO DE VIGIA  (SERRA DE SÃO LUÍS)



Considerando a ascensão desde o Grelhal, junto à antiga discoteca "Leo Taurus" até ao topo da serra de São Luís, no posto de vigia, são aproximadamente 3130 metros, que aqui divido em cinco etapas ou fases.
O inicio é feito em 640 metros de asfalto numa rápida ascensão na percentagem de elevação, até à cancela, perto da entrada da Quinta da Pena.
Depois já em terra batida, e por vezes em brita (colocada pela mão humana), a segunda fase desta longa subida, fase que termina junto à segunda pedreira desactivada, no lado nascente da Serra, etapa realizada em extrema inclinação inicial, diminuindo ligeiramente ao longo dos quase 660 metros... Mas não muito. De notar que existe quem inicie esta subida desde a pedreira desactivada a Nascente, geralmente quem vêm da capela de São Luís.
A terceira fase, é a do descanso para a quarta e quintas, ou seja a etapa intermédia ou de "folga" e estende-se por cerca de 360 metros até ao portão.


Chegamos ao portão da estrada que nos conduz ao posto de vigia!...
Na maior parte do ano o portão encontra-se aberto (off record), porém nas épocas de fogos está geralmente fechado (ou não!?)... Não aconselhamos ninguém a saltar, caso esteja encerrado... Nem sequer a passar ao lado pelos arbustos...
A partir deste ponto inicia-se a penúltima fase do assalto a segunda maior elevação montanhosa do nosso PNA, a quarta fase, serpenteando-se num aumentar constante da inclinação por aproximadamente 1080 metros.
Aqui começa a quinta parte, e quinta parte porquê!? Poderiam ser só quatro desde o portão!?... Claro que podiam!
Mas todos os que já a escalaram, em "Moutain Bike" sabem que quando se chega perto dos 400 metros finais, a subida torna-se muito mais inclinada do que nos metros da que considerei quarta fase, e para quem já vêm com quase 3000 metros de desgaste no corpo, estes últimos metros tornam-se penosos e ao mesmo tempo gloriosos, num misto de sensações, em que a paisagem circundante contribui definitivamente.
Um "Must" para qualquer amante do BTT!

Desde o Grelhal (1ª etapa):

 38°31'53.38"N

     8°55'2.74"O

Desde a Cancela (2ª etapa):

 38°32'1.83"N

  8°55'20.49"O

Desde a Pedreira Nascente:

 38°32'6.93"N

  8°55'26.95"O

Desde o Portão (4ª etapa):

 38°32'16.25"N

   8°55'38.62"O



LOURICEIRA (AMORENA)


Esta é uma das subidas preferidas dos CicloBeatos, se não for a mais amada, está definitivamente no nosso top 5, especialmente nos Invernos frios, pois serve-nos rapidamente de aquecimento, logo somos frequentadores bastante assíduos nessa época do ano. Com cerca de 1130 metros de extensão desde o Casal da Ribeira (junto à estrada dos Picheleiros) e até à Louriceira, local que dá nome à subida. Também é conhecida por Amorena, mas penso que o nome adequado para a ascensão realizada por este lado, seja mesmo o primeiro, já que termina no local com essa designação. O Casal da Amorena também é perto, mas encontra-se na outra extremidade do caminho, no fundo da descida, e no lado Norte.
No entanto como é uma subida que pode ser realizada por ambos os lados, penso que o nome Amorena se ajuste melhor para quem a inicia junto à Quinta com este nome, e vindo da estrada da Rasca.

Quanto a sua morfologia, é composta do lado do Casal da Ribeira, por uma entrada exuberante por dentro da ribeira da Ajuda, que no inverno resulta geralmente em hilariantes momentos molhados, logo de seguida e à relativamente pouco tempo, inicia-se a inclinada subida em calçada, com inclinação a roçar os 30% ou mais, antigamente era terra batida e bastantes e profundas valas, nas quais cheguei a ver, ciclistas, caírem a subir.
Outro dos antigos motivos de atracção do local, era o guardião da Louriceira, um enorme cão de pelo claro que normalmente se encontrava deitado logo após a primeira curva, contemplando os ciclistas... No entanto acho que já faleceu, pois há já algum tempo que não se deixa ver... Ou será que comeu algum ciclista aventureiro e desapareceu!?...

Depois acabam as moradias e acaba-se o empedrado, entrando-se numa menos inclinada fase de terra e enormes regos de água, em que a técnica e força estão sempre presentes, depois desce-se alguns metros... Mas poucos, e volta-se a subir também com pouca inclinação mas em clara ascensão até ao sítio da Louriceira. A partir daqui é sempre a descer até à estrada da Rasca.

Se a opção for subir pela Amorena, são só cerca de 700 metros, em terreno com muitos regos de água, pedras soltas e solo rochoso, que dificultam uma subida, claramente mais facilitada do que a entrada pelo lado oposto, se és iniciado em subidas tenta primeiro esta, depois ao desceres avaliarás o que vais certamente fazer na próxima vez que por aqui passares... De certeza que vais tentar subir a Louriceira, após permissão do guardião.

Pelo lado do Casal da Ribeira:

 38°30'22.12"N

   8°58'37.57"O

Pelo lado do Casal da Amorena:

 38°30'14.64"N

     8°58'1.96"O



AGUNCHEIRAS


Percorre 2810 metros, no local das Aguncheiras, iniciado-se junto à praia da Foz (entre o Cabo Espichel e a Praia das Bicas) e termina nos Casais da Azóia, contrariamente ao que se pensa, esta não é a rua das Aguncheiras, que é uma paralela, mas sim a rua 25 de Abril, no entanto esta zona na Azóia denomina-se assim.

A inclinação apenas é bastante acentuada junto à praia da Foz, e em somente 140 metros, é claramente uma subida ideal para principiantes no BTT, pouca inclinação, longa, perfeita para os primeiros passos no modo "subir lentamente, até chatear", no final volta a inclinar um pouco, mas nada que não se consiga fazer normalmente e sem muito esforço.

A sua orientação é de Norte para Sul, podendo o vento frontal ser um obstáculo considerável, aconselha-se a sua utilização especialmente no tempo fresco, pois está bastante exposta aos raios solares, podendo o calor ser um adversário a ter em conta, outro dos factores negativos desta subida é a constante passagem de veículos motorizados, especialmente moto 4, que levantam muito pó, e por vezes o excesso de malabarismos destes, pode levar a que um alegre passeio, se possa tornar-se numa amarga experiência para ambas as partes.

Também a presença de um enorme chiqueiro de porcos na área pode tornar-se inconveniente a qualquer nariz, menos habituado ao cheiro dos suínos, já pensei em propor mudar o nome do local para "Chiqueiro", caso não concordem com dois dos que dei anteriormente.
Curiosamente para quem sobe, e a seguir à rampa da Foz, o local chama-se, O Paraíso.
De facto só se for o Éden para os suinicultores.

Brincadeiras à parte, é de facto um local com uma vista deslumbrante sobre a costa da Tramagueira, estendendo-se até à Costa de Caparica, no local existem algumas moradias, com este enorme privilégio.
Pena, não ser a nossa...

 38°27'8.15"N

  9°11'54.38"O



CONTINUA...

(BREVEMENTE A PARTE III)

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