sábado, 31 de agosto de 2013

SUBIDAS MÍTICAS DO PNA (PARTE IV)

Desta vez, deixo nesta rubrica de subidas míticas, as cinco escaladas, que podem não ser consideradas dentro desses parâmetros, porem para nós, estão dentro do rol das que merecem lugar de destaque nesta lista, ou seja, as suplentes de luxo, as irmãs bastardas, ou mesmo as chatas da família, também por algumas serem extensas e difíceis de ascender, sejam evitadas pela grande maioria dos Betetistas, ou preferindo na maior parte dos casos o sentido inverso.
Aqui ficam as pretendentes ao titulo, ou as feitas ao contrário, ou como costumamos apelidar... À la CicloBeato!


ALCUBE / VALE BARRIS


 Situada em terras de Alcube, a caminho do vale dos Barris, iniciando-se junto à ponte que atravessa a ribeira de Alcube e prolongando-se por 1100 metros até à estrada do vale, no sitio das Oliveirinhas, é uma subida normalmente, utilizada no sentido contrário, a descer, porém ela está lá, e também têm o sentido inverso, muitas vezes utilizado pelo nosso grupo para regresso a casa evitando o já monótono e enfadonho regresso pelos Picheleiros. De facto não têm muito de mítico, mas como é muito utilizada, acho que merece constar nesta lista. Se por acaso têm outro nome ou arranjam outro melhor, por favor colaborem.

Não é uma subida de dificuldade elevada, pois não é muito inclinada, no entanto pode-se revelar maçadora para quem já vêm com muitos quilómetros de mato nas pernas, e regressa a casa. A "brita" que constantemente colocam a meio da via e perto das habitações, também pode prejudicar a ascensão, já que nesta zona se encontra o ponto de maior inclinação, porém nada que não se consiga fazer com alguma facilidade.
Indicada para principiantes, para testar o "endurance", após uma sessão divertida nas terras do vale de Alcube.

Estando incluída numa zona de rara beleza plástica, neste local razoavelmente protegido pela vegetação, não se vislumbram grandes motivos para contemplar a paisagem, já que é uma subida bem protegida pelas colinas sobranceiras e recheada de vegetação, logo deste modo não nos permite, ter uma grande percepção da sua beleza envolvente.

Como perigo, o facto de esta subida ser bastante utilizada no sentido descendente, faz dela, uma potência em acidentes, pois as probabilidades de um violento embate frontal são enormes. Vários grupos lançam-se pelo caminho abaixo com grande velocidade, e descem como se não houvesse transito no local... Às vezes... "Shit happens".

38°32'22.13"N

  8°57'42.31"O



CASAL DO VENTO GRANDE


Tal como a Jibóia, de que já falamos anteriormente (Subidas Mitícas do PNA Parte II), situa-se na Serra dos Gaiteiros, têm de extensão 1000 metros, tomando como ponto de inicio, a entrada junto à Arca de Água, e como final, o asfalto da via que vai para o antigo retransmissor da RTP, na Costa Velha.

O inicio desta subida é terrivelmente técnico, pois os primeiros metros são feitos literalmente em "cima do calhau", alguns bem afiados, que podem deitar por terra as pretensões a um dia agradável. Não sendo uma subida muito inclinada, têm diversos obstáculos pelo caminho, sendo o principal, o solo bastante irregular, com vários regos, provocados pelas águas da chuva, muitas pedras, pedrinhas e pedregulhos.
Outro dos obstáculos encontra-se na zona plana e intermédia da subida, no que poderia ser uma zona de descanso a meio da escalada, não o é... Pois existem geralmente dois enormes... Acho que já se podem considerar charcos. Que quanto não estão repletos de água, estão cheios de lama (salvo este Verão), obrigando-nos a contorna-los, por um "estreitissimo" trilho forjado pela mão humana, e através da apertada vegetação, onde a capacidade técnica têm necessariamente de emergir, senão vejamos... Chão desnivelado, pedras, lama e vegetação. De qualquer modo, de outra forma tinhámos de ir ao banho no charco... Pelo menos no Inverno.

Passando este obstáculo, onde poderíamos ter descansado um pouco, chegamos a uma zona onde o terreno é um pouco melhor, porém, e perto de uma passagem do Trilho do Sol (Downhill), o terreno volta ao normal (para esta subida, é claro!), e as dificuldades até ao final mantêm-se.
Dificuldades à parte, para mim é das mais belas subidas para se fazer, o visual sobre a cidade de Setúbal e a vegetação abrangente é qualquer coisa de muito boa, de observar, além de que, para os dias mais quentes existem a meio do trilho, várias protecções naturais, que ajudam o ciclista num local repleto de adversidades.

Sem dúvida, que aconselho esta ascensão, a utilizadores avançados. Para iniciantes, poderá tornar-se uma bela mas pesada caminhada, pois levar a bicicleta à mão também custa.
No entanto não posso deixar de aconselhar a passagem por este local, pelos motivos que anteriormente mencionei e mais alguns.

 38°32'37.82"N

  8°54'53.48"O



PORTELA (ASA DELTA)


Outra das subidas, apêndice, ou utilizada na maior parte das vezes como descida. Para o nosso grupo, é bastante utilizada a subir, geralmente como apêndice do "Caí-de-Costas", fazendo parte inclusive de uma das nossas rotas de eleição, e teste final à entrada no grupo, a já mítica "Dureza". (DUREZA)

Esta é das "curtas, mas grossas", pois só têm 480 metros de comprimento, começando na estrada de Vale de Barris, próximo do casal da Rainha e terminando junto ao sopé do moinho da Fonte de Sol.
Quase todos a conhecem por Asa Delta, nome com o qual ainda não lido muito bem, pois ainda não reconheci, razão ao seu significado. Para mim é a subida da Portela, já que fica precisamente situada, no local da Portela, local por onde as gentes vindas das Cabanas passavam, para os Vales de Barris e de Alcube, e vice-versa.

Não é uma subida técnica, muito pelo contrário, apenas o inicio pode ser ligeiramente complicado, quando existem regos de água, e o final um pouco mais inclinado, também a "brita" que ocasionalmente depositam na zona poderá ser um obstáculo, porém nada que impeça a subida montado na bicicleta.
Só para terem uma ideia do tipo de subida posso afirmar que nos 480 metros da sua composição, subimos em altitude, por volta de 50 metros, dos 130 aos 180 metros.

Este local é um dos que concentra num tão curto diâmetro, dois ou três dos melhores e mais conhecidos "spots" da nossa modalidade.
Boa para todos os níveis de BTT. Para os mais avançados recomendamos a continuação pelo "Caí-de-Costas". Para os "Dowhillers" a ida pelo "Fio-Dental". Para os de nível médio, a ida na direcção da Serra do Louro. Para os principiantes, a ida por entre a Serra de São Francisco e a Serra Longa, até à N10, nas Cabanas. E finalmente para os "loucos" como nós, CicloBeatos, a descida, pelo trilho das águas da chuva, junto à Fonte do Sol.

 38°32'44.69"N

  8°57'50.22"O



 ROMANA (RUA DA PORTELA - PALMELA)


Situada em Palmela, na rua da Portela, mesmo por de baixo do Castelo da vila, em terrenos do Bate Folha, e tal como a estrada da Cobra, faz a ligação desde a Baixa de Palmela, à vila altaneira.
São 1250 metros desde a Bezelga, na Baixa, e na estrada da Cobra, até ao sopé do Castelo, junto a um miradouro, por debaixo do jardim da esplanada.

O inicio na Bezelga, é bastante irregular com vários regos, provocados pela água da chuva, logo a seguir vêm as pedras, no que outrora seria uma estrada romana, e que na idade media e posteriormente, foi reconstruída, pois era certamente por aqui que se fariam os acessos ao Castelo, apesar de muito destruída as pedras que componham a estrada ainda são bem visíveis e palpáveis, e prejudicam bastante a escalada neste ponto inicial, e durante quase 400 metros. Não é ó Renato!? (Risos)
A partir do fim desta parte danificada da estrada, é uma subida relativamente fácil de realizar, apenas é necessária a atenção em não colocar a roda numa pedra ou outra fora do lugar.

Um dos vários motivos de interesse da subida para além das magnificas vistas sobre a Baixa e Vale de Barris, e a sempre imponente, presença do Castelo, é a estrutura metálica que se encontra no lado Nascente junto à encosta, no que certamente seria algo em que se aproveitaria as águas, que passam nessa zona, talvez um lavadouro.


Esta não é uma subida para principiantes, a não ser que a façam a pé, pois é bastante técnica, para estes aconselho primeiro a sua descida, mas com muita atenção na zona das pedras, estas podem tornar a vossa manhã ou tarde num pesadelo.
Se és amante da vida selvagem, por vezes, na parte final, a estrada encontra-se repleta de ovinos e caprinos, pois esta encosta é repleta de vegetação. Também para quem gosta de conhecer locais por prazer, como nós, vale a pena experimentar, não interessa o sentido, pelo menos o lavadouro vale a pena visitar.

 38°33'34.81"N

  8°53'56.78"O



GRELHAL / SERRA DE SÃO LUÍS


Esta subida já aqui foi referida, em SUBIDAS MÍTICAS PARTE II, a quando da referencia, à subida ao Posto de Vigia de São Luís da Serra, porém como estamos a falar de apêndices, vamos disseca-la mais ao pormenor.

Inicia-se no Grelhal, na N10, junto à antiga discoteca "Leo Taurus" (actualmente restaurante), os primeiros metros, são feitos em alcatrão (640 mt), um pouco mais inclinados a seguir à primeira curva, mas nada que não se faça sem grande dificuldade, até porque é asfalto, a estrada é larga, e dá para ziguezaguear e assim criar velocidade para a subir melhor. O perigo poderá ser algum ciclista em sentido contrário em grande velocidade e que venha em contra mão, na zona da curva.

Depois de se atingir a cancela junto à entrada da Quinta da Pena e à entrada do trilho dos Combros, o asfalto acaba e as facilidades também. A inclinação sobe de percentagem, os regos de água multiplicam-se e a brita geralmente abundante no local obrigam a um esforço sobre humano para levar de vencida esta, digamos segunda fase da subida.

Chega-se ao terreiro da antiga pedreira, e não se têm descanso, pois a percentagem de inclinação suaviza, mas só ligeiramente, e continua-se a subir, neste local a vista para Nascente e sobre a cidade de Setúbal é descomunal, entretanto passa-se o pinheiro manso e a inclinação vai suavizando generosamente, acabando pro dar tréguas ao corpo, o final da subida é quase em plano servindo para recompor a respiração, terminando junto ao cruzamento que pode levar ao cimo da Serra, no Posto de Vigia... Ou não!
Até aqui são 1570 metros, se continuarem para cima... São só mais 1560 metros.

Não é uma subida para "rookies", no entanto como têm vários acessos a ela, em altitudes diferentes, que tal, irem tentando por fases, de certeza que com treino chegam lá.

38°31'53.38"N

    8°55'2.74"O

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